O sistema educativo cabo-verdiano assume claramente, a partir da importante reforma educativa operada em 1994/95, o objetivo maior de promover um ensino de qualidade e gerar competências, cada vez mais familiarizado com as novas tecnologias e com os avanços da ciência e produção de conhecimento, dando assim corpo ao direito à educação consignado na Constituição, sob a responsabilidade do Estado, mas também com base na parceria e na iniciativa privada, cada vez maior, na população estudantil.
Na ilha da Boavista a implementação educacional teve, positivamente, um grande impacto na sociedade visto que antigamente era necessário deslocar-se a outras ilhas como S.Vicente ou Santiago para tal fim. Mesmo nos dias de hoje, a mobilidade acadêmica é ainda uma realidade na ilha. Para frequentar o ensino superior, os finalistas do 12º ano da ilha da Boavista precisam se deslocar às ilhas de Santiago e S.Vicente ou sair para fora do país para que possam obter uma formação superior. Na ilha existem diversas escolas do Ensino Básico Integrado (EBI) que tem uma duração de seis anos de carácter obrigatório e universal. O Estado proporciona a todas as crianças caboverdianas em idade escolar, os seis anos de escolaridade completamente gratuitos. As taxas de escolarização bruta e líquida nesse nível de ensino situam-se presentemente em 105,7% e 88,7%, respectivamente em todo o Arquipélago.
Apenas uma Escola Secundária existe na ilha, o que obriga aos alunos provenientes de outras localidades a se locomoverem à Cidade de Sal-Rei para frequentar o Ensino Secundário. No arquipélago existem duas vias, a geral e a via técnica, mas na ilha da Boavista, apenas a via geral se encontra disponível. Tem a duração de seis anos distribuídos por três ciclos de dois anos cada. O 1º ciclo é de informação e sensibilização, o 2º ciclo é o de consolidação e orientação escolar e profissional e o 3º ciclo é o de vocação e especialização, orientado para a formação vocacional, tecnológica e profissionalizante. A via geral do ensino secundário visa à preparação do aluno para o prosseguimento de estudos (médio e superior), facilitando a adaptação à vida activa.Na Educação Pré-Escolar (EPE), onde a iniciativa privada é predominante, a taxa de cobertura situa-se à volta dos 60,3% (crianças em idade escolar, de 3 a 5 anos). O enquadramento institucional, o controle do subsistema, o acompanhamento didático- pedagógico e a formação dos agentes educativos, sob a responsabilidade directa do Estado, constituem ganhos reconhecidos.